CINÉ-CIPÓ - CINE-LIANA
2020, Ciné-Cipó - Cine-Liana: ATTO - Observatório da Torre Alta da Amazônia Instalação de vídeo multicanal, aprox. 140 min.
2020, Ciné-Cipó - Cine-Liana: ATTO - Observatório da Torre Alta da Amazônia Instalação de vídeo multicanal, aprox. 140 min.
O projeto artístico Ciné-Cipó / Cine Liana na Torre ATTO (2020) mostra em uma instalação de vídeo a produção e o intercâmbio de diferentes tipos de conhecimento - conhecimento científico da comunidade científica internacional, bem como o conhecimento tradicional dos povos que vivem na floresta amazônica. A maior torre da América Latina, a Torre Alta da Amazônia (ATTO), tem como objetivo estudar as interações entre a floresta, os solos e a atmosfera da região, a fim de compreender o papel da bacia amazônica para o sistema terrestre. A torre é parte de uma cooperação internacional entre Brasil e Alemanha, construída e financiada pelo INPA - Instituto de Pesquisa Amazônica e pelo Instituto Max-Planck. Para o projeto, a torre foi temporariamente ocupada e transformada em uma rádio comunitária sob o comando de Natalina Oliveira e Milena Raquel Tupinambá. Produzido em colaboração com o ZKM - Centro de Arte e Mídia Karlsruhe para a exposição "Zonas Críticas - Observatórios para Políticas Terrestres", com curadoria de Bruno Latour, Peter Weibel, Martin Guinar e Bettina Korintenberg, a proposta do projeto era criar um encontro entre duas radialistas populares do Pará e cientistas pesquisadores da ATTO.
Como é democratizado o conhecimento científico produzido na ATTO? Como esse conhecimento impacta e dialoga com os quilombolas indígenas e as comunidades ribeirinhas? Tornar os dados acessíveis à comunidade científica global é tão desafiador quanto comunicá-los a mais pessoas. A artista propõe, portanto, uma colaboração entre cientistas e comunicadoras de rádio locais da Resex do rio Tapajós-Arapiuns. Os resultados científicos e o conhecimento tradicional são relacionados, formando uma aliança para a defesa da biodiversidade amazônica. Os dados atmosféricos e terrestres são traduzidos em comunicação popular através de um programa de rádio com spots, entrevistas e canções, o que significa um gesto de fortalecimento das comunidades locais à medida que a informação é distribuída de forma acessível. Durante o processo, evidências científicas e conhecimentos ancestrais às vezes se cruzam, ocasionalmente se desconectam, enquanto a comunidade científica escuta e também aprende mais sobre as lutas em defesa dos territórios e da subsistência local das populações amazônicas, desmistificando suposições universalizadoras. O diálogo entre os cientistas e os habitantes locais se inicia na transmissão e reconhecimento de outras formas além do conhecimento científico, abordando uma questão central dos debates atuais em torno da crise ambiental que estamos vivendo: Como é conduzido o debate público sobre a crise socioambiental? Quem fala de que ponto e onde é que os diferentes discursos entram em diálogo?
A instalação de 4 canais está em exposição entre 23.05.2020 e 09.01.2022 no ZKM em Karlsruhe. Uma versão parcial online no site da exposição Critical Zones pode ser acessada através do seguinte link direto: https://critical-zones.zkm.de/#!/detail:cine-cipo-cine-liana-atto-amazon-tall-tower-observatory
Especificações técnicas
Produzido em colaboração com ZKM | Karlsruhe
Barbara Marcel com Natalina do Carmo Oliveira, Milena Raquel Tupinambá
Apresentando Natalina do Carmo Oliveira, Milena Raquel Tupinambá; Direção e Produção: Barbara Marcel; Imagem: Felipe Frozza, Barbara Marcel; Som Direto: Anne Santos; Produção de Set: Kandyê Medina, Thais Helena Medeiros, Bruna Bichara; Montagem: Célia Freitas, edt.; Assistência de Montagem: Beatriz Krieger, Felipe Frozza; Mixagem de Som: Sarah Lelièvre; Colorista: Guilherme Begué; Finalização: Beatriz Krieger; Música: Suraras do Tapajós
Financiado por: Instituto Serrapilheira, Instituto Max Planck de Biogeoquímica em Jena
Apoiado por: INPA - Instituto Nacional de Pesquisa Amazônica, Goethe-Institut São Paulo, Casa Bicho
O projeto ATTO é financiado por: Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa (BMBF), Ministério Brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Sociedade Max Planck, Finep, Fapeam, e Fundação Eliseu Alves.