CINEMA NOVO

2021-22, Workshop no Congo-Kinshasa como parte da YANGO! Bienal 2021-2022.

Neste projeto artístico, como parte de minha participação na Yango! Bienal em Kinshasa, proponho uma revisão contemporânea do filme “Der Leone Have Sept Cabeças”, do cineasta brasileiro Glauber Rocha. A primeira etapa do projeto propõe a exibição do filme feito em 1970 no Congo-Brazzaville (atual República do Congo), em um espaço público em Kinshasa. A proposta é que tanto a projeção quanto a recepção do filme de Glauber sejam documentadas na forma de um vídeo. O objetivo principal é documentar como o filme de Glauber chega ao público local em Kinshasa hoje e, a partir daí, levantar as seguintes questões: O que é a imagem militante e anti-imperialista hoje? É possível pensar em uma aliança cinematográfica tricontinental latino-americana em 2021?

A segunda fase do projeto propõe uma reescrita do roteiro do filme em colaboração com os habitantes de Kinshasa em um workshop com um grupo local de estudantes de arte. O projeto parte da ideia de que o cinema não é apenas um espaço físico ou um dispositivo técnico, mas um espaço social de projeções, identificações, debates e criação de possíveis mundos comuns.



Invite Flyer Atelier de Cinema, YANGO! Kinshasa
Group Photo, Workshop Group.B&W 2022







QUALÉ, MANÉ?

2022, poesia, performance e imagem. Um workshop de Érica Zíngano & Barbara Marcel, como parte do Festival “Língua à solta” no Instituto Guimarães Rosa / Centro Cultural Brasil Angola, em Luanda, Angola.

A oficina "Qualé, mané?”, proposta por Érica Zíngano e Barbara Marcel, parte do encontro entre diferentes linguagens artísticas, no uso da palavra e da imagem, para pensar sobre questões que muitas vezes permanecem veladas no linguajar cotidiano, sobretudo oral, de forma quase “inconsciente”. A proposta das artistas com a oficina é a de criar um espaço coletivo de fala e de escuta, compartilhando vivências da língua portuguesa no Brasil e em Angola, para refletir junto com os participantes sobre possíveis elos da experiência colonial e suas reminiscências. A partir da discussão de excertos do trabalho da poeta Patrícia Lino e do cineasta Miguel Gomes, ambos artistas portugueses contemporâneos que estão pensando essa experiência do ponto de vista do colonizador, pretende-se criar textos/imagens que nos façam pensar em lugares de força, contranarrativas a serem imaginadas, numa conversa em aberto sobre o tempo presente, repleto de passados e futuros.










12 PASSOS E UM BURACO NO VALE

2018, Clausthal-Zellerfeld, Harz. “Walkshop” (oficina andante) de um dia criada em colaboração com o geógrafo Andreas Döpke e comissionada pela Universidade de Hildesheim, Alemanha.


Não precisamos ver nada além do ordinário, já vemos tanto. — Robert Walser, “O Passeio”

[O que fazer com um buraco no vale? Por onde divagar quando a terra não mais te sustenta? A paisagem das não-cidades e seus sedutores chamados por solitude ainda nos atraem em tempos de gentrificações urbanas? Como os moradores da cidade podem evitar os riscos de escapismo enquanto atendem ao real desafio da ruptura metabólica rural-urbana? Em que espaços podemos conceber e criar futuros responsáveis e comuns, que superam as falsas dicotomias entre natureza-cultura e rural-urbano? Como vagar por solos tão instáveis?]

O workshop de um dia, comissionado pela Universidade de Hildesheim, foi criado pela artista Barbara Marcel em colaboração com o geógrafo Andreas Döpke, com o objetivo de reunir estudantes de disciplinas variadas, como estudos culturais, filosofia, geografia e artes cênicas, na paisagem histórica e cultural em uma das mais antigas regiões de mineração da Alemanha. Através de uma combinação de caminhadas-experimentos coletivos e individuais, a região do oeste do Harz [ao mesmo tempo uma reserva ambiental e patrimônio cultural da Unesco] é transformada em uma estação temporária de imaginação colaborativa sobre possíveis paisagens futuras.





































SITUATED KNOWLEDGES, GLOBAL ECOLOGIES

2-4.09.2019 em NGBK e Prinzessinnengarten Berlin.

CONHECIMENTO SITUADO / ECOLOGIAS GLOBAIS: Um Walkshop Ramble Colaborativo foi um projeto de três dias sobre justiça sócio-ecológica, iniciado pela artista Barbara Marcel e pela jornalista Camila Nóbrega, que aconteceu entre 2 e 4 de setembro no espaço Prinzessinnengarten, em Berlim. O projeto reuniu cientistas e bolsistas da Fundação Heinrich-Böll com ativistas ambientais, jornalistas e artistas, para um formato experimental de intercâmbio de conhecimentos. Os principais temas foram orientados por diferentes entendimentos do que tem sido chamado de ecologia e da dinâmica global de produção de conhecimento e narrativas sobre os territórios, buscando visões decoloniais e antipatriarcais.

Como um debate de encerramento em colaboração com o projeto "Licht Luft Scheiße. Perspektiven auf Ökologie und Moderne", o diálogo foi aberto ao público, com a participação dos participantes do workshop e a presença da agricultora e pesquisadora urbana brasileira Sílvia Baptista, líder representativa da luta pelos direitos da terra no Brasil. O debate foi mediado por Barbara Marcel e Camila Nóbrega, focalizando as narrativas em curso sobre os conflitos sócio-ambientais no Brasil e a situação de luta dos diversos movimentos sociais e povos da floresta, não só pelo direito à terra, mas pelo direito à subsistência, a práticas comunitárias e a imaginários comuns. De uma perspectiva local-global e refletindo sobre o que foi produzido ao longo do workshop, o objetivo foi discutir as assimetrias relacionadas ao direito à terra e, simultaneamente, à produção de discursos. O papel do patriarcado e da colonialidade na organização de órgãos e territórios esteve no centro da discussão.

































Vídeo-documentação do debate de encerramento:





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